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falando

 

sobre hiv

FALAR PARA QUEBRAR TABUS

o hiv

A AIDS  (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida) é transmitida pelo vírus da imunodefiência humana, conhecido popularmente como HIV. Historicamente, há uma discussão dos estudiosos em relação a data exata do surgimento da doença, pois acredita-se que o vírus ‘evoluiu’ após ter sido transmitido de um macaco para um ser humano, mas também há uma probabilidade de que mesmo antes da doença ser identificada oficialmente (em 1981) já existissem casos que podem ser relacionados ao HIV, mas não há nada comprovado.
 

Mas em que o vírus afeta no nosso organismo? Ele atinge diretamente nas células de defesa do corpo, e isso faz com que uma pessoa que possui a doença se torne vulnerável a outras doenças, por exemplo, uma gripe comum, em uma pessoa que não tem o hiv é simplesmente uma gripe, que pode ser tratada com medicamentos, já no caso do paciente soro positivo, essa gripe pode ser fatal se a imunidade da pessoa está muito baixa. De acordo com especialistas é possível ter o vírus e não ter a doença, isso porque em alguns casos ela acaba não se desenvolvendo.

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Falar sobre a AIDS é importante, principalmente por ser um grande problema de saúde pública mundial, pois de acordo com os dados obtidos em uma pesquisa feita no ano de 2016 pela Organização Mundial de Saúde foram mais de 35 milhões de mortes, causada pela doença até o momento. E só em 2016, um milhão de pessoas morreram por causas relacionadas ao HIV em todo o mundo.

Os sintomas mais comuns da doença podem ser confundidos com os de uma gripe ou outras infecções, por isso é importante sempre que há desconfiança procurar um médico, pois se diagnosticado mais cedo é mais fácil controlar o vírus. Alguns dos sintomas são:
 

•    Cansaço, fadiga excessiva
•    Dores no corpo
•    Febre
•    Suor
•    Perda de peso
•    Contágio fácil de algumas infecções

 

Tratamentos: Pesquisa e medicina: a ciência avança com os novos estudos  contra infecção do HIV

Ainda não foi encontrado uma cura para a AIDS, mas em relação há alguns anos atrás podemos dizer que a medicina evoluiu bastante. Hoje existe dois tipos principais de tratamentos, que são feitos com remédios:o medicamentos que ajudam a oferece a prevenir a transmissão (PrEP) e também os medicamentos para a profilaxia pós-exposição (PEP).

 

O SUS oferece, além de camisinhas e o lubrificantes, são os medicamentos PEP e a PrEP. A PEP(Profilaxia Pós-Exposição) - que é utilizado após a pessoa ter sido exposta ao HIV como: abuso sexual, relações sexuais sem camisinha, em caso de rompimento do preservativo, ou em acidentes de trabalho em qual o sujeito costuma manusear objetos cortantes, pontiagudos ou materiais biológicos. Para ter o efeito buscado, o medicamento deve ser consumido na primeira 72 horas depois da relação; e ele deve ser  tomado por 28 dias, na mesma hora. A pessoa exposta ao HIV deve procurar o mais rápido possível um serviço de saúde que oferece a PEP, e depois fazer os procedimentos que o profissional da saúde aconselhar. A PrEP(Profilaxia Pré-Exposição ao HIV), é  utilizado de forma preventiva antes do sujeito ser exposto ao vírus do HIV, assim, reduzindo as chances de uma infecção com o HIV.  Os medicamentos não devem substituir o preservativos, que é forma mais segura de prevenção do HIV/Aids e outras DST.

Nos últimos anos porém, dezenas de medicamentos contra o HIV vem sendo desenvolvidos em diversos lugares do mundo. As pesquisas dentro de laboratórios, instituições públicas e privadas têm conseguido êxito nas novas medicações, para prevenir e combater o HIV/AIDS. Mesmo não tendo a cura definitiva do vírus, a pessoa portadora pode ter uma vida longínqua e saudável, se ela fizer  o tratamento e uso correto dos medicamentos. Mesmo com tantos avanços, o portador ainda sofre com a marginalização, segregação e preconceito por uma grande parte da sociedade. A falta de acesso à informação, o tabu  existente na discussão sobre sexualidade, tem efeito negativos na prevenção e combate contra as Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST). 

 

Em 2019, os avanços foram significativos na medicina como contra o HIV. Em julho de 2019, o infectologista e epidemiologista Jorge Sánchez informou para a agência de notícia Efe, que uma vacina contra o HIV está sendo testada. Os estudos com a nova vacina vai ser em 8 países, inclusive o Brasil. Os estudos com a vacina, indicam que o próprio sistema imunológico será capaz de criar defesas que atuem contra o vírus do HIV. Os testes começaram em 2019, entretanto, mesmo se os resultados forem positivos a vacina chegará para população em 4 anos.  A nova imunização tem vários fragmentos semelhantes a do vírus, consequentemente, isso pode fazer a vacina ter resultados eficaz contra diversos tipos de cepas e o HIV, reduzindo a propagação em até 65%, explicou Sánchez, que é um dos  pesquisadores da vacina.

Foram 12 anos de estudos para chegar a este resultado, a droga foi testada primeiro em macacos. O medicamento já foi testado nas fases I, IB e IIA, que são as últimas etapas realizadas, antes do teste em humanos. A pesquisa teve início em setembro, com 3.800 pessoas do Brasil, Itália, México, Peru, Polônia, Estados Unidos e Espanha. Os pesquisadores almejam, que a vacina seja tenha um resultado eficaz, para diminuir o número das estimativas de infectados mundialmente. 
 
São Paulo, a maior cidade da américa latina tem queda recorde nas infecções por HIV, nos últimos anos consecutivos entre 2017 e 2018, porém  o número entre idosos cresceu. O número de infectados é o menor desde 1996. O tratamento é oferecido gratuitamente pelo Sistema Ùnico de Saúde, no Brasil.  As políticas públicas de saúde voltadas para o  HIV no Brasil, é uma das mais elogiadas ao redor do mundo. Os medicamentos, tratamentos, acompanhamento e informações são difundidos de forma totalmente gratuitas, isso fez que na última década o número de infecções caísse em diversas cidades brasileiras como a grande SP. O grupo mais vulnerável continua sendo os de homens jovens, mas o único grupo que teve aumento foi as dos idosos 60 anos. 

Foram diversas condições para esta queda na transmissão do HIV,  que não via um despencamento consecutivo desde 2006. A queda pelo segundo ano seguido, mostra que as políticas públicas voltadas para DSTs podem dar certo, explica Cristina Abbate, coordenadora do programa Municipal de DST/Aids da prefeitura. Para ela, um dos principais fatores para queda significativa, foi a distribuição da PrEP pelo SUS. Diversos mecanismos também auxiliaram nesta queda, como aumento na demanda de testes rápidos, distribuição gratuita de camisinha e o aumento na gama de opções de prevenção.  No mês de novembro de 2019, o município de São Paulo foi a terceira cidade do país a eliminar a transmissão do HIV de mãe para filho. A transmissão do vírus ou de outras infecções de mãe para filho, é conhecido como transmissão vertical, que  pode ocorrer na gestação, amamentação ou parto. Segundo o ministério da saúde, a gestante que fizer o acompanhamento preventivo diminui a 1% de contaminação para o feto. 
 
No mês de julho  de 2019, foi realizada a 10° edição da International AIDS Society(IAS), a convenção global científica sobre HIV/AIDS, no México. Umas das novidades apresentadas,foi implante que pode evitar o contágio e o uso de menos remédios. O encontro também apresentou um novo estudo da PrEP de anel intravaginal, que cede por um mês, a dapivirina, que é um medicamento antirretroviral. Inúmeros projetos visam aliviar o dia a dia dos pacientes que são soropositivo. Como as injeções antirretrovirais, que poderá possibilitar em 2020, a substituição do uso diários por uma aplicação semanal. Os especialistas estão buscando novos tipos de  tratamentos, que possam ser utilizados em diversas realidades sociais.

O HIV

remédios

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A DESCOBERTA DA DOENÇA

DIEGO

Conversamos com o Diego*, estudante de 27 anos, que possui o vírus HIV há 10 anos e ele nos relatou um pouco das experiências que teve/tem após a descoberta de ser soropositivo, uma notícia que mudou literalmente tudo em sua vida.  No caso dele a transmissão foi feita de forma proposital e ele só descobriu isso após entrar em contato com uma das pessoas que ele havia se relacionado:’não obtive retorno, meses mais tarde descobri que essa pessoa transmite o HIV propositalmente (nesses casos são chamados de carimbadores) para outras pessoas mesmo que isso seja crime’ desabafou ele.

 

Um dos momentos que marcaram após a descoberta da contaminação com o vírus foi contar para os familiares dele ‘eles não aceitaram: eram extremamente conservadores e religiosos’ e ao contar da doença Diego também assumiu sua sexualidade, neste momento, o pai dele o expulsou de casa e no prazo de uma semana que permitiu a permanência dele na casa separava todos os utensílios domésticos para que a família não fosse contagiada pela doença.

 

A surpresa negativa em relação a toda a situação que era complicada só piorou, devido a falta de compreensão afetiva das pessoas que o cercavam ‘Foi um momento bem marcante pq naquele instante eu meio que perdi o chão, eu não tinha amigos, eu não podia contar para a minha família porque eles eram religiosos e também oprimiam a minha opção sexual, então optei por fazer o tratamento sozinho.Teria que lidar com isso de alguma forma, mas sozinho.’ desabafou ele. Hoje, a relação dele com a família é mais tranquila mas ainda restam mágoas daquela episódio ‘Não tive nenhum amparo. Acredito que difere um pouco de como é com as pessoas que têm com quem contar, que possam confiar, alguém que não julgue, que de apoio.’ finaliza ele.

Diego foi casado por mais de cinco anos, seu parceiro após um descuido dos dois, acabou sendo infectado pelo vírus, mas segundo ele, desde o príncipio ele estava ciente dos riscos, e seu marido também, pois ele inclusive o acompanhava nas consultas. Mesmo após o término do relacionamento, os dois não se afastaram totalmente, pois a relação de amizade e parceria foi algo que é bom de ser mantido, afinal não é fácil se relacionar com outras pessoas quando você tem um vírus assim, nas palavras de Diego ‘Eu vejo que principalmente abala na parte das conquistas, nos relacionamentos, mais ainda naqueles que são chamados de soros discordantes (pessoas com soro positivo com pessoas com soro negativo).

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E essa é a parte mais difícil nem todas as pessoas tem pré disposição para contar que tem vírus e quando você é o primeiro a abordar,as pessoas não têm uma reação que não seja preconceituosa, ainda há muito tabu em relação a isso’. Porém a questão de ser mais complicado se envolver com outras pessoas não é um empecilho para que ele se relacione com outras pessoas, até porque é necessário que algumas pessoas que fazem parte do cotidiano dele, saibam da sua doença : ‘ Hoje eu não me prendo ao sentimento de não contar, geralmente conto para as pessoa mais próximas, uma pessoa no trabalho, no local que moro e etc e isso me ajuda quando estou abalado, pq assim como pessoas que não tem o vírus tem dias que não acordo bem e isso faz com que ter essas pessoas por perto ajudam de alguma forma’.

(con)vivendo com a doença

Mesmo com os avanços da medicina, ele sabe que tem suas limitações e que não pode simplesmente se cuidar apenas com remédios, pois a saúde estar em boas condições é um dos fatores que mais influencia numa constância de controle do índice de HIV no corpo ‘A gente não recebe um preparo adequado sobre como lidar com a doença, os prós e contras dos medicamentos, então é no cotidiano que percebemos o que se adapta melhor ao nosso organismo.’ Diego também nos contou, como é seu tratamento e seu diagnóstico atual: ‘com relação ao tratamento que eu faço é o da PEP profilaxia pós exposição, depois que se descobre o vírus no organismo inicia se uma profilaxia, dependendo do protocolo que se utiliza no Ministério da saúde, no meu caso quando comecei eram estabelecidos para 250 quantidade de CD4 por milímetro cúbico de sangue e hoje após meu tratamento fica em 700, 800 que fica em torno do que é considerado saudável normal no organismo de uma pessoa qualquer. A quantidade de vírus era 2000 foto cópias, e hoje a máquina que faz o exame mostra que estou zerado, ou seja o tratamento é eficaz. Sou considerado um paciente zerado, sou intransmissível, eu tenho o vírus ele fica no meu organismo mas o medicamento diário combate a manifestação.’
    

É preciso também, pensar em como as pessoas que tem o vírus se sentem, em meio a nossa sociedade que ainda tem muitos preconceitos ‘gente luta pra viver, pq dizem que é o melhor a se fazer, o que é bem difícil, inclusive as campanhas de setembro amarelo por ex eu acredito que sejam muito importantes nesses momentos, porque nas relações sociais ainda há muito preconceito e um tabu’ E é por esses preconceitos que precisamos conversar sobre o vírus, entender é uma questão de saúde pública e que deve ser debatida desde cedo, nas escolas, nas universidades, nos espaços públicos, privados e etc, para que as pessoas se informem sobre o vírus e se previna, segundo Diego ‘Na minha opinião é preciso reeducar, até para evitar casos  de sofrimento como o meu. Da própria família renegar uma pessoa, que segundo os valores sociais é uma pessoa normal, que tem seus valores éticos e morais só que vive em sofrimento por conta de recusa da família em entender que é só uma questão de relações sexuais e não é o fim do mundo, não se acaba ali, hoje em dia a vida continua após a descoberta da sorologia’

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sinal vermelho no rs

Mesmo com os avanços na prevenção, e na queda vertiginosa em outros estados, o Rio Grande do Sul vive uma epidemia de transmissão de HIV, e é estado com o maior números de mortos no Brasil. O RS é o segundo colocado nos indicadores nacionais, com cerca de 38,1% de casos para cada 100 mil habitantes.

 

O estado também é que vem assistindo a volta na transmissão vertical do HIV e um surto de sífilis que vem preocupando especialistas. Dados que foram discutidos no Seminário de Capacitação em HIV- Aprimorando o Debate(III), o evento foi viabilizado pela Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids, nos dias 21,22 e 23 de agosto, no Hotel Plaza São Rafael, em Porto Alegre.

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casos famosos 

Conchita Wurst:


No mês de abril de 2018, Conchita Wurst veio a público assumir ser portadora do  HIV, pois estava sendo chantageada por um ex-namorado.

Magic Johnson

  

Foi um dos maiores jogadores de basquete do mundo, Magic Johnson tornou pública sua sorologia positiva em 1991,  que foi surpreendente na época, por ter quebrados mitos relacionados à doença.

Charlie Sheen 

Ator mundialmente conhecido  sofreu chantagem em decorrência de ser portador do HIV, e que por isso decidiu tornar público sua condição sorológica.

Greg Louganis

Atleta bicampeão olímpico Greg Louganis tornou pública sua sorologia em 1995. Hoje em dia,  ele é ativista das causas LGBTQI, como os direitos dos soropositivos. 

 

Jonathan Van Ness


O ator  'Queer Eye' descobriu ser soropositivo com 25 anos, quando trabalhava em um salão de cabelo. ele passou por alguns exames que deram positivo. 'Esse dia foi tão devastador quanto você imagina que pode ser', disse ele em entrevista ao New York Times.

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